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Quanto custa um sistema de reaproveitamento de águas da chuva?

Quanto custa um sistema de reaproveitamento de águas da chuva?

Saiba como instalar um sistema simples e faça você mesmo com dicas da arquiteta Barbara Gomes

No Brasil cerca de 7,0 bilhões de m³ – o equivalente a quase 7.636 piscinas olímpicas de água tratada – são desperdiçadas diariamente durante a distribuição, segundo dados do Trata Brasil. É difícil calcular individualmente quantos litros de água potável vão para o ralo dentro das residências, mas um desperdício óbvio é não aproveitar a água que cai do céu. Sobretudo para quem mora em casa, é possível realizar a captação e armazenamento por meio de sistemas simples de reaproveitamento de águas da chuva.

O reaproveitamento do recurso natural é tão importante que o Brasil aprovou recentemente a Lei nº 14.546, que obriga a União a adotar medidas para prevenir o desperdício de água e estimular o reúso, de águas das chuvas e das águas cinzas, em novas construções e nas atividades paisagísticas, agrícolas, florestais e industriais.

A fim de contribuir para a ampliação dessa prática sustentável, a rede de materiais de construção do Grupo Soares, a Irmãos Soares, orienta os consumidores quanto às opções de sistemas de reaproveitamento de água das chuvas.

“Muitos consumidores desconhecem que há opções mais simples de sistemas que podem ser incluídos na casa, usando apenas calhas, encanamento, reservatório e mangueiras, com custos bem acessíveis, que podem variar de acordo com o tamanho da casa e a altura do pé direito”, explica a arquiteta Barbara Gomes, da rede de lojas de materiais de construção Irmãos Soares.

De acordo com a arquiteta, é possível que o próprio morador adquira os materiais necessários e faça a implantação na residência, especialmente para uso mais imediato e para lavagem de carro, limpeza ou manutenção das plantas. “O reservatório pode ser simples. A água é captada dos telhados, via calhas, e direcionada para um reservatório, através de tubulação. Uma mangueira é conectada e já pode ser feito o aproveitamento”, explica.

Segundo levantamento de Bárbara, o Kit Mini Cisterna de 240 litros, com filtros; mais dois metros de canos de PVC com 200mm para conexão e a mangueira elástica de 15 metros, custam uma média de R$ 557. Um custo adicional seria o da instalação das calhas, caso a pessoa não tenha esse item já instalado em casa.

Para quem deseja armazenar a água por mais tempo, a sugestão é investir em um filtro para remoção de impurezas; ter um reservatório subterrâneo ou cisterna, uma bomba para direcionamento do líquido para uma caixa d’água específica, geralmente acima da casa, de onde será feito o direcionamento para os locais de uso.

Entenda como funciona o sistema de reaproveitamento de água. | Imagem: Divulgação

A arquiteta lembra que, com a implantação de um sistema de reaproveitamento, as famílias podem fazer a sua parte para ajudar o meio ambiente e ter alternativas para o abastecimento doméstico em períodos de estiagem. “A economia pode chegar até a metade da conta de água”, destaca ela.

Para acertar na implantação do sistema veja as dicas da arquiteta Bárbara Gomes:

Imagem: Divulgação

1- Escolha os melhores materiais para o sistema de captação de água da chuva é crucial para garantir a eficiência, durabilidade e segurança do sistema:

  • Telhado: Prefira telhas de cerâmica, concreto, metal (como aço galvanizado ou alumínio) ou fibrocimento, essa, inclusive contribui com leveza na instalação e repele a água, diminui o acúmulo de resíduo, facilitando a filtragem. Esses materiais são duráveis e não liberam substâncias tóxicas na água.
  • Calhas: Prefira as de PVC, alumínio ou aço galvanizado. Esses materiais são resistentes à corrosão e de fácil manutenção. Materiais que enferrujam facilmente devem ser evitados, como ferro não tratado, ou que possam se degradar rapidamente.
  • Tubulações: As de PVC ou polietileno de alta densidade (PEAD) são amplamente utilizadas devido à sua durabilidade, resistência à corrosão e facilidade de instalação.
  • Reservatório: Busque os de concreto armado, polietileno ou fibra de vidro. Esses materiais são duráveis e resistentes e não enferrujam.
  • Filtros: Esses podem ser tipo Tela/Grelha, Filtros de Areia e Carvão Ativado, Filtros de Membrana e UV.
  • Bombas: Bombas submersíveis ou centrífugas feitas de aço inoxidável ou plástico resistente à corrosão, com motores selados para evitar infiltração de água.

2 – Atenção aos cuidados para evitar contaminação da água

  • Instalação de Filtros: Colocar filtros na entrada do reservatório para remover folhas, detritos e outras impurezas.
  • Manutenção Regular: Limpeza periódica do reservatório e do sistema de captação para evitar acúmulo de sujeira e contaminação.
  • Tratamento da Água: Uso de tratamentos químicos (como cloro) ou físicos (como radiação UV) para desinfetar a água.
  • Proteção contra Animais: Garantir que o reservatório esteja bem fechado para impedir a entrada de insetos, roedores e outros animais.
  • Monitoramento da Qualidade da Água: Se for utilizar a água para lavagem de roupas e demais atividades no lar, realize testes periódicos da qualidade da água para garantir que esteja segura para uso.
  • Boa Estruturação do Telhado e Calhas: As superfícies que captam a água devem estar limpas e em bom estado para evitar a contaminação inicial da água da chuva.

Fonte: Ciclo Vivo / Foto: Freepik

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas. Tenho um talento natural para resolver problemas e uma curiosidade insaciável, e escrevo artigos que refletem minha paixão e conhecimento prático. Meu objetivo é inspirar outros a se interessarem pela engenharia e explorarem as inúmeras possibilidades que esta fascinante área oferece.