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Vaso tecnológico transforma dejetos humanos em energia e criptomoeda

Vaso tecnológico transforma dejetos humanos em energia e criptomoeda

Além de gerar energia, dispositivo contribui para a redução do uso de água.

Imagine se na faculdade as fezes humanas fossem transformadas em energia. Imagine que usar o banheiro do laboratório até lhe rendesse dinheiro para pagar o cafezinho. É o que o professor de Engenharia Ambiental Cho Jae-weon está tornando possível no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST) na Coreia do Sul. 

Jae-weon desenvolveu o “BeeVi”, um vaso sanitário tecnológico que transforma dejetos em fonte de energia. O modelo é equipado com uma bomba a vácuo que envia as fezes para um tanque subterrâneo. A partir daí, microrganismos decompõem os resíduos e converte-os em metano – o que, por sua vez, pode ter diversos usos. No caso da universidade, o gás metano é utilizado para abastecer o fogão, uma caldeira de água quente e uma célula a combustível de óxido sólido. Os dejetos humanos também são usados para produzir esterco no laboratório.

“Se pensarmos fora da caixa, as fezes têm um valor precioso para produzir energia e esterco. Eu coloquei esse valor na circulação ecológica”, disse o cientista à Reuters.

Segundo o professor, uma pessoa defeca cerca de 500g por dia, o que pode ser convertido em 50 litros de gás metano. Tal quantidade de gás pode gerar 0,5 kWh de eletricidade.

Além de gerar energia, a tecnologia do BeeVi contribui para a redução do uso de água. Esse ponte é bastante relevante, já que é tão comum usar água limpa no vaso que poucos se questionam sobre a irracionalidade de tal ato. Para se ter uma ideia, a Sabesp, companhia de abastecimento de água de São Paulo, calcula que um vaso sanitário com válvula e tempo de acionamento de seis segundos gasta cerca de 12 litros. 

Testes do BeeVi

Apresentado inicialmente em 2017, o BeeVi está sendo testado em um laboratório no campus da universidade. Os alunos são estimulados a usarem devido a outra grande ideia: transformar as fezes em moeda digital. O professor sul-coreano desenvolveu a Ggool (mel, em portugês), que pode ser usada nos estabelecimentos do campus.

Cada uso do banheiro rende 10 Ggool diários. Usando QR code, os estudantes podem trocar a criptomoeda em cafés, lanchonetes e livrarias.

O vaso BeeVi não está à venda.

Fonte: Ciclo Vivo / Foto: UNIST

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas. Tenho um talento natural para resolver problemas e uma curiosidade insaciável, e escrevo artigos que refletem minha paixão e conhecimento prático. Meu objetivo é inspirar outros a se interessarem pela engenharia e explorarem as inúmeras possibilidades que esta fascinante área oferece.