Cerca de 92 mil painéis solares flutuantes estão gerando energia renovável em um reservatório em Hapcheon, na Coréia do Sul. O mais inusitado é que as placas formam desenhos similares a uma flor, criando um belo efeito na água. Esta particularidade busca atrair turistas.
Fazer com que mais pessoas se interessem pelo modo que produzimos energia pode ser uma forma de incentivar a transição energética para as renováveis. Neste sentido, os painéis solares em formato de flor podem ser uma tática interessante. Anos atrás, também a China desenvolveu um projeto peculiar: uma usina solar em forma de panda.
Segundo o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, a energia solar flutuante é parte importante de um plano mais amplo de investimento em renováveis. A ideia é que o país alcance uma geração total de 9,4 gigawatts de eletricidade só com produção de energias “limpas” e se torne neutro em carbono até 2050.
No caso da usina em forma de flor, o projeto solar é capaz de gerar 41,5 megawatts. Isso é suficiente para abastecer 60 mil pessoas – mais do que a população total do condado de Hapcheon. É também a maior usina solar flutuante da Coreia do Sul.
“Os três picos da Montanha Hwangmaesan refletidos no Lago Hapcheon formam a forma de uma flor de ameixa. Espalhados na superfície deste lago estão painéis fotovoltaicos que também se assemelham a flores de ameixeira de uma pintura a tinta e aguada”, poetizou o presidente Moon.
Mais um ponto interessante deste projeto é que 4% de seu financiamento é proveniente dos próprios moradores de Hapcheon. O reservatório de Hapcheon é administrado pela estatal Korea Water Resources Corp e a população ingressou em um esquema de investimento de 20 anos e 10% de retorno anual, o que deve gerar renda para idosos residentes.
Aliás, foram os próprios moradores que solicitaram que os painéis fossem dispostos em forma de flores para tornar o local mais atraente visualmente.
As empresas sul-coreanas Hanwha Q-Cells e Scotra foram responsáveis por fornecer os painéis solares e as estruturas flutuantes para montar o sistema.
Antes disso, a Scotra já havia construído uma matriz flutuante piloto de 500 kW na própria barragem de Hapcheon.
Entre os benefícios de instalar painéis solares na superfície da água está o fato de reduzir o calor dos painéis, tornando-os de 10 a 15% mais eficientes, diminuir a evaporação da água na barragem e ajudar a conter a proliferação de algas.
Fonte: Ciclo Vivo / Foto: Ministério do Meio Ambiente