Especialistas em mudanças climáticas alertam para o fato de que eventos climáticos extremos serão cada vez mais comuns. Isso significa que não só as altas temperaturas devem ser motivo de preocupação, mas também os recordes de incêndios, enchentes e mesmo de frio em várias partes do mundo. Se por um lado, líderes governamentais e empresariais precisam se alinhar para conter o estrago, por outro será preciso se adaptar ao clima que já está em mutação. No Instituto Real de Tecnologia, KTH, em Estocolmo, Suécia, pesquisadores trabalham no desenvolvimento de um novo material de construção que pode ser fundamental no futuro.
O novo composto usa cocos, limões e madeira – três fontes de materiais renováveis – para criar um material que pode aquecer e resfriar residências. O processo inicia com a remoção da lignina da madeira, que cria poros abertos nas paredes das células da madeira e também remove sua cor. A estrutura de madeira é então preenchida com uma molécula à base de cítricos – acrilato de limoneno – e uma molécula à base de coco.
“O acrilato de limoneno se transforma em um polímero de base biológica quando aquecido, restaurando a resistência da madeira e permitindo a penetração da luz. Quando isso acontece, as moléculas do coco ficam presas dentro do material, possibilitando o armazenamento e liberação de energia”, explica o KTH em nota.
Um ponto interessante é que o acrilato de limoneno pode ser obtido a partir de resíduos de casca na indústria de sucos.
Aplicação
O potencial é que materiais de construção possam ser aplicados em ambientes externos e internos, regulando temperaturas em torno de 24ºC. Se usado na construção de moradias, os pesquisadores estimam que 100 quilos do material podem economizar cerca de 2,5 kWh por dia em aquecimento ou resfriamento.
Além de casas e edifícios, os cientistas também veem potencial de aplicação como material para estufas. A ideia é que a madeira possa armazenar mais energia durante o dia e liberar o calor armazenado à noite -, o que ajudaria a reduzir o consumo de energia para aquecimento e, ao mesmo tempo, melhoraria o crescimento do plantio.
Mais detalhes sobre a pesquisa podem ser lidos, em inglês, na revista científica Small.
Fonte do post: Ciclo Vivo
Crédito/fonte da foto: Divulgação / Foto: David Callahan