A busca por um mapa plano que represente com precisão o nosso planeta tem sido um desafio constante, devido à complexidade de projetar um mundo tridimensional em uma superfície bidimensional.
Contudo, uma equipe de pesquisadores avançou significativamente nessa questão, criando o que é considerado o mapa plano mais preciso da Terra até hoje.
Desafios das representações tradicionais
Historicamente, a projeção de Mercator, utilizada desde 1569, tem sido a face mais comum do nosso planeta em mapas.
Essa projeção cilíndrica foi amplamente adotada, especialmente para navegação, pois simplifica rotas marítimas, mantendo cursos de rumo constantes.
No entanto, ela distorce o tamanho e a forma das massas de terra, como ilustrado pela aparência ampliada da Groenlândia, que parece quase do mesmo tamanho da África, apesar de ser muito menor na realidade.
A busca por precisão e inovação
Diante das limitações das projeções existentes, Richard Gott, professor emérito de astrofísica em Princeton, dedicou-se a desenvolver uma forma mais precisa de representar o planeta.
Em 2007, ele criou um sistema de avaliação para quantificar a distorção nos mapas.
Por meio dessa metodologia, descobriu-se que a projeção Winkel-Tripel, embora equilibrasse algumas distorções, ainda apresentava imprecisões significativas.
Inspirando-se em um design de Buckminster Fuller, Gott e sua equipe propuseram um novo modelo de mapa plano.
Este novo design, que dividia o mundo de uma forma única, preservava o tamanho real dos países, mas gerava desconexões geográficas e lacunas entre nações próximas.
Para superar essas limitações, a equipe de Gott criou um mapa de dois lados.
Um lado retrata os Hemisférios Oriental e Ocidental, enquanto o outro mostra os Hemisférios Norte e Sul.
Esta abordagem evita os cortes de limite comuns em outras projeções e oferece um método mais exato para medir distâncias entre dois pontos na superfície terrestre.
Segundo o sistema de pontuação desenvolvido por Gott, este mapa alcançou a classificação de ser o mais preciso em formato plano.
Os detalhes deste trabalho inovador e suas descobertas estão documentados em um artigo disponível no servidor de pré-publicação arXiv, abrindo novas perspectivas na representação cartográfica do nosso planeta.
Fonte: Olhar Digital e IFL Science / Foto: Divulgação