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Robô que planta 1800 árvores por hora é destaque em Cambridge

Robô que planta 1800 árvores por hora é destaque em Cambridge

Batizada de Forest.Bot, a máquina de reflorestamento possui tecnologia 100% brasileira

A AutoAgroMachines, uma startup brasileira que desenvolve máquinas autônomas e inteligentes para o agronegócio, está lançando uma solução voltada para o reflorestamento e a silvicultura. Em fase final de testes, o robô Forest.bot “Instalação” utiliza inteligência artificial para realizar o plantio automatizado de mudas em grandes extensões de terra. A iniciativa chamou atenção de um projeto da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Desenvolvido em parceria com a Incomagri, fabricante de máquinas agrícolas com sede em Itapira, no interior de São Paulo, o Forest.bot é capaz de plantar até 1.800 mudas por hora, o equivalente a 1,5 campos de futebol do tamanho do Maracanã. A máquina promete oferecer resultados superiores para a silvicultura, especialmente em florestas de plantio comercial destinadas à produção de papel, celulose e madeira.

A iniciativa chamou atenção de um projeto da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. | Foto: Divulgação

Como funciona
Marcello Guimarães, fundador da empresa e criador da Forest.Bot, destaca que o sucesso do projeto acontece não apenas pelo potencial quantitativo de plantio, mas também pela tecnologia, já patenteada, que diferentemente de outras máquinas existentes no mercado, conta com um sistema de plantio deslizante, permitindo que o bico responsável por inserir a muda no solo não deslize na terra enquanto a máquina anda.

“Esse mecanismo evita que o bico arraste a muda pelo solo, enquanto outros equipamentos costumam provocar falhas na hora de encaixar a muda perpendicularmente em relação ao céu, exigindo ajuste manual posterior. Isso acaba atrapalhando todo o desenvolvimento da árvore”, explica Guimarães.
O sistema assegura que as mudas sejam plantadas sem que o substrato das raízes fique exposto, evitando que elas permaneçam fora do solo, e previne o afogamento do coleto, que não pode ser enterrado. Todo o processo é automatizado e conta com inteligência artificial, que monitora em tempo real a qualidade do plantio de cada muda. Além disso, gera um mapa georreferenciado com dados detalhados, que podem ser utilizados posteriormente em sistemas mecanizados de manejo florestal, como irrigação inteligente, adubação ponto a ponto, combate a pragas, inventário florestal e monitoramento da saúde da floresta.

De acordo com Guimarães, mecanismos de precisão são importantes para o trabalho no campo tanto por melhorar a produção em fábricas, como também por ocupar um espaço central nas estratégias de sustentabilidade das empresas. “O Brasil está entre os países que mais emitem CO₂ no mundo em decorrência do desmatamento. Parar de desmatar não é mais a única solução para o problema, é preciso ter ações urgentes que contribuam para a recuperação de áreas degradadas. A Forest.Bot é uma solução ágil que pode auxiliar as principais organizações que atuam em prol da sustentabilidade no mundo”, destaca o fundador da AutoAgroMachines.

Destaque no Brasil e exterior
Para alcançar a versão atual do robô, Guimarães desenvolveu outros nove protótipos ao longo de oito anos. Cada evolução contribuiu para aumentar a capacidade da máquina e seu lançamento já chega com expectativas por parte do mercado. De acordo com a startup, grandes empresas do setor, como Eldorado e Suzano, estão interessadas. Além de outras oriundas da Austrália, Canadá, América Latina, África e Europa.

Mais recentemente, a máquina foi reconhecida no projeto de pesquisa Smart Forests, coordenado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Cambridge. Com financiamento da União Europeia (EU), o programa visa investigar o uso crescente de tecnologias digitais para monitorar e gerenciar florestas, de olho em alternativas para enfrentar as mudanças ambientais.

“Os dados da pesquisa da Smart Forests reforçam aquilo em que acreditamos que a inovação tecnológica será uma aliada na preservação e recuperação das florestas. Tecnologias como a da Forest.Bot estão na vanguarda dessa transformação”, afirma o criador do robô.

O sistema assegura que as mudas sejam plantadas sem que o substrato das raízes fique exposto. | Foto: Divulgação

Custo
A Forest.Bot chega ao mercado com o custo inicial de R$ 2,98 milhões e os planos da AutoAgroMachines são ambiciosos, com expectativa de comercializar até 6.500 máquinas nos próximos dez anos. “Estamos otimistas com as oportunidades, porque temos um sistema único no mercado. No futuro, queremos chegar a versões que tenham a capacidade de plantar mais de 3.600 mil mudas por hora. Ou seja, ela é o ponto de partida para a automação total do manejo da floresta”, conclui.

Fonte: Ciclo Vivo / Foto: Divulgação

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas. Tenho um talento natural para resolver problemas e uma curiosidade insaciável, e escrevo artigos que refletem minha paixão e conhecimento prático. Meu objetivo é inspirar outros a se interessarem pela engenharia e explorarem as inúmeras possibilidades que esta fascinante área oferece.