Embora o vidro seja elogiado por ser totalmente reciclável, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA afirma que apenas cerca de um terço dos itens de vidro descartados são realmente reciclados. Com esse problema em mente, os cientistas desenvolveram um novo tipo de vidro que é biodegradável.
Criado por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências, o vidro experimental é feito de dois ingredientes quimicamente modificados – aminoácidos ou peptídeos. Os aminoácidos são moléculas que se combinam para formar proteínas, enquanto os peptídeos são cadeias curtas de aminoácidos.
O processo de produção começa aquecendo o pó de aminoácidos ou peptídeos em uma atmosfera de gás inerte, além do ponto de fusão, mas não até a temperatura de decomposição molecular.
Esse material fundido é então submetido a um tratamento de superresfriamento, permitindo que seja resfriado abaixo do que normalmente seria sua temperatura de congelamento, sem congelar o sólido. Por fim, o material é temperado com água, fazendo com que se transforme rapidamente em um estado sólido claro sem cristalizar.
Em testes de laboratório, o vidro exibiu “excelentes características ópticas, boas propriedades mecânicas e processabilidade flexível”, referindo-se ao fato de que poderia ser facilmente fundido em moldes comerciais ou impresso em 3D. E o mais importante, quando os pedaços de vidro foram compostados, os micróbios no solo os quebraram dentro de três semanas a 7,5 meses, dependendo dos aminoácidos ou peptídeos específicos usados.
Estudos com camundongos também mostraram que o vidro biodegrada inofensivamente dentro do corpo, sugerindo que ele pode ser utilizado em aplicações como implantes de distribuição de drogas que não precisam ser removidos após o término do trabalho.
“O conceito de vidro biomolecular, além dos vidros ou plásticos usados comercialmente, pode ser a base de uma tecnologia de vida verde para um futuro sustentável”, disse o principal cientista, Prof. Yan Xuehai. “No entanto, o vidro biomolecular está atualmente em fase de laboratório e longe da comercialização em larga escala.”
Um artigo sobre a pesquisa foi publicado recentemente na revista Science Advances.
Fonte do post: New Atlas / Academia Chinesa de Ciências
Crédito/fonte da foto: Divulgação / Xing Ruirui