Um novo sistema de transmissão para bicicletas elétricas começou a ser testado na Alemanha, em 2022, e vai entrar em produção em breve. Uma parceria entre as Schaeffler e Heinzmann foi responsável por desenvolver o Free Drive que dispensa o uso de correntes ara impulsionar as bikes elétricas, gerando uma série de novas possibilidades.
As bicicletas elétricas e as convencionais usam as correntes como ferramenta propulsora. Mas o novo sistema usa apenas uma fiação para ligar as rodas aos pedais. O movimento das pedaladas continua sendo importante, já que a energia cinética dos pedais é transformada em energia elétrica por um micro gerador. Essa energia é então transmitida para as rodas, fazendo-as girar.
As dimensões compactas do sistema Free Drive permitem uma distância padrão de 138 milímetros entre os dois pedais. Sem a necessidade de uma estrutura mecânica entre os pedais e as rodas, abrem-se muitas possibilidades de novos designs e projetos para e-bikes ou até pequenos veículos elétricos.
“O sistema de acionamento sem corrente abre possibilidades completamente novas na arquitetura da bicicleta e na configuração dos pedais – incluindo designs com duas, três ou quatro rodas, com ou sem teto”, explica Jochen Schröder, presidente da Divisão de Mobilidade elétrica da fabricante.
O conceito digital bike-by-wire também significa que as mudanças de marcha e as mudanças entre os modos de operação são realizadas por software.
Como funciona?
O componente central do sistema Free Drive é o um micro gerador da Schaeffler, que define a resistência no pedal enquanto absorve a potência de pedalada do ciclista. Este equipamento converte a energia mecânica gerada durante a pedalada em energia elétrica, que por sua vez é convertida novamente em energia mecânica no motor que faz girar as rodas. Assim como nos carros, todos os componentes do sistema se comunicam por meio de uma conexão CAN.
O sistema completo gera uma saída contínua de 250 watts e inclui um gerador de pedal, motor de acionamento, bateria e interface homem-máquina (HMI). O gerador regula a quantidade de resistência que o ciclista experimenta ao pedalar, com base no nível de esforço de pedalada selecionado para manter a velocidade.
Se você pedalar mais forte do que o necessário, o excesso de energia é armazenado na bateria, que também pode ser carregada por um sistema de frenagem regenerativa no motor. Além disso, a bateria também pode ser carregada na tomada.
Segundo os fabricantes, as bicicletas elétricas que usam esse sistema devem exigir menos manutenção do que suas contrapartes convencionais, já que elimina o desgaste de engrenagens e correntes.
Bicicletas de carga
Embora o sistema Free Drive possa ser usado por diversos modelos de e-bikes, ele deve ser especialmente útil as bicicletas de carga. A maioria dos projetos de bicicletas de carga é limitada pela necessidade de estrutura para a corrente de bicicleta alcançar a roda traseira ou a caixa de câmbio. Com o Free Drive, no entanto, é possível criar designs mais estáveis, com o compartimento traseiro mais próximo ao solo.
Vale lembrar que o uso de bicicletas para entregas e transporte de pequenas cargas vem crescendo e é uma alternativa mais sustentável que o delivery com motos ou outros veículos automotores.
“Independentemente de o sistema ser usado em aplicações de 2, 3 ou 4 rodas, a ausência de uma conexão mecânica entre o gerador e o motor significa que o Free Drive pode fornecer flexibilidade máxima na arquitetura da bicicleta e uma pedalada que se adapte aos requisitos da bicicleta e às necessidades do ciclista, garantindo um desgaste mínimo”, diz Jochen Schröder.
No momento, o sistema vai ser vendido apenas para fabricantes de bicicletas e operadores de frotas.
Para saber mais, acesse: www.schaeffler.de.
Fonte do post: Ciclo Vivo
Crédito/fonte da foto: Divulgação / Schaeffler
