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Cientistas geram eletricidade usando a rotação da Terra

Cientistas geram eletricidade usando a rotação da Terra

Dispositivo experimental usa o campo magnético terrestre para criar energia limpa — sem sol, sem vento, sem combustível

Cientistas da Universidade de Princeton e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA desenvolveram um dispositivo inédito capaz de gerar eletricidade aproveitando apenas a rotação da Terra. Embora ainda esteja em fase experimental, a inovação pode representar um passo ousado rumo a uma nova forma de energia limpa e contínua.

O protótipo criado pelos pesquisadores é um cilindro feito de manganês, ferro e zinco — materiais escolhidos por suas propriedades eletromagnéticas. Esse cilindro foi montado sobre uma plataforma giratória de madeira, cuidadosamente projetada para evitar interferências físicas ou eletromagnéticas que pudessem afetar os resultados.

Foto: Depositphotos

Durante os testes, realizados em uma sala subterrânea sem janelas e com controle total de luz e ruído, o dispositivo gerou 17 microvolts (μV). Embora o valor seja pequeno, o mais impressionante é que a eletricidade foi produzida exclusivamente pela interação entre o campo magnético da Terra e seu movimento de rotação. Para confirmar essa origem, os cientistas alteraram a orientação do dispositivo em relação ao campo magnético terrestre — e a geração de energia cessou completamente.

A comunidade científica, como é comum em descobertas desse tipo, está dividida. A física aposentada Rinke Wijngaarden demonstrou ceticismo quanto à confiabilidade do experimento, afirmando não ter conseguido obter resultados semelhantes em estudos anteriores. Por outro lado, o físico Paul Thomas, da Universidade de Wisconsin, considera a pesquisa um indicativo claro de que estamos diante de uma nova linha de exploração energética que merece ser aprofundada.

Se futuros estudos conseguirem aumentar a eficiência dessa tecnologia, ela poderá se tornar uma fonte permanente, silenciosa e livre de emissões. Como a rotação da Terra é constante, sua previsibilidade e estabilidade tornam esse tipo de geração energética extremamente promissor. O dispositivo pode, por exemplo, alimentar sensores remotos, sistemas eletrônicos de baixa potência e até, no longo prazo, contribuir para redes maiores de energia.

Além do potencial prático, a pesquisa destaca uma abordagem inovadora: utilizar fenômenos físicos constantes e globais — como o campo magnético terrestre — como base para soluções sustentáveis, sem depender de sol, vento ou combustíveis.

Com informações de Ciclo Vivo.

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas.