A arquitetura romana, ainda hoje, é lembrada pelo seu valor simbólico, sendo considerada uma das manifestações artísticas mais importantes da história da humanidade. E esse alto valor atribuído decorre da presença de diversos elementos que caracterizam as obras.
Um das principais diz respeito ao seu teor prático, voltado para as necessidades da população. A durabilidade, por sua vez, também é destaque, fazendo com que, cerca de 2 mil anos depois ainda possamos observar com nossos próprios olhos parte dos monumentos erguidos no período. Como exemplo, temos o Panteão e os famosos aquedutos, que ainda hoje são utilizados.
Em busca de entender o que teria tornado as obras tão resistentes à passagem do tempo, pesquisadores do MIT, da Universidade de Harvard, em conjunto com laboratórios presentes na Suíça e na Itália, foram investigar como se deu o processo de fabricação dos materiais utilizados e sua aplicação.
Segredos das construções romanas
As descobertas, publicadas na revista Science neste mês de janeiro, ajudam a desvendar parte do enigma. Um primeiro aspecto interessante diz respeito à estratégia adotada pelos romanos durante o processo de construção, consistindo no emprego de altas temperaturas no preparo da argamassa. Isso seria o que possibilitava que as obras ficassem prontas com maior rapidez.
Quanto ao material utilizado, os pesquisadores identificaram, além do já conhecido material proveniente de cinzas vulcânicas, a presença de pequenos pedaços de cal (carbonato de cálcio), conferindo ao concreto romano uma funcionalidade única de autorregeneração.
Isso porque, segundo a análise, a mistura disse material em altas temperaturas tornaria o cálcio ativo, fazendo com que ele espontaneamente curasse eventuais rachaduras que surgissem na obra, impedindo sua expansão e comprometimento. A partir disso, um segundo benefício seria ainda mais evidente, segundo o estudo: o de tornar o concreto romano mais resistente.
Atenção voltada para o passado
A teoria foi comprovada por meio de um experimento realizado que, em duas semanas, atribuiu a presença de cal na mistura essa característica surpreendente, elevando consideravelmente o período de vida útil.
Essa última constatação, em particular, confere um caráter ainda mais intrigante às construções, principalmente quando consideramos o quanto contrastam com as construções erguidas na modernidade, que são mais frágeis.
Conjuntamente, essas descobertas também reforçam o quanto os romanos se dedicaram a desenvolver um processo de construção cuidadoso tanto na escolha do material utilizado quanto na sua forma de aplicação, o que não seria possível sem muito experimento.
Ou seja, o legado deixado por esses povos ainda nos permite aprender bastante coisa! E isso pode ser especialmente eficaz no desenvolvimento de um concreto que seja usado nos tempos atuais e que demande um menor gasto com manutenção, o que já tem sido considerado por especialistas da área.
Fonte do post: Mega Curioso
Crédito/fonte da foto: Pixabay