De olho na Engenharia

Novo material de construção sustentável rouba carbono da atmosfera

Novo material de construção sustentável rouba carbono da atmosfera

Pesquisadores criaram deque sustentável que não só tem emissões de carbono negativas, mas, também, é mais barato e durável que a versão “normal”

Materiais de construção – e as construções em si – são responsáveis por fatia considerável de emissões de dióxido de carbono na atmosfera, o que agrava o aquecimento global e as mudanças climáticas. Alternativas ecológicas já estão sendo desenvolvidas, mas, normalmente, são mais caras do que o normal, o que inibe o suo.

Um estudo estadunidense encontrou forma de criar novo material de construção popular com pegada de carbono negativa, que ainda é mais barata do que a versão poluente atual.

Material de construção com pegada de carbono negativa

O estudo foi conduzido pela American Chemical Society. Os cientistas relataram que desenvolveram material para deques, que armazena mais CO₂ do que é necessário para fabricá-lo, o que não só zera a pegada de carbono, mas a torna negativa.

Eles mencionam como já existem outros compostos “sustentáveis” na indústria da construção, mas eles são, ou mais caros, ou menos duráveis do que suas versões “poluentes”. É o próprio caso dos deques: segundo o TechXplore, a alternativa mais popular atualmente é um composto feito de madeira e plástico. Isso porque as versões só com madeira estão mais sujeitas aos efeitos da radiação e duram menos tempo.

Como é o novo deque sustentável

  • O estudo propôs nova composição do deque: junto à madeira e ao plástico, adicionar lenhite (ou linhito) de baixa qualidade – produto derivado da madeira que sobrou da fabricação do papel – como enchimento dos deques;
  • Eles usaram éster e uma série de reações químicas para fazer com que o novo material aderisse ao plástico;
  • A questão é que os ésteres são ácidos carboxílicos, uma forma capturada de CO₂. Pensando nisso, eles resolveram tornar o material ainda mais ecológico e colocaram carbono na superfície do composto, para que o enchimento o capture;
  • Eles testaram a viabilidade dessa tentativa e provaram que o material final tinha apenas de 2 a 5% de dióxido de carbono;
  • Um deque com a nova composição contém 80% de enchimento (bem menos plástico do que a versão anterior) e, de quebra, ainda captura CO₂ de sua fabricação.
Exemplo de deque (Imagem: Radoslav Cajkovic/Shutterstock)

Carbono negativo

Além da sustentabilidade e durabilidade maior, o preço também é um diferencial. O novo material custa 18% menos do que as placas de deque padrão.

Ele também armazena mais carbono do que é liberado durante a fabricação e toda sua vida útil. Os cientistas estimam que, se mais de um bilhão de metros de deques vendidos todos os anos nos Estados Unidos fossem substituídos pelos deques com a nova composição, 250 mil toneladas de carbono seriam sequestradas anualmente, o equivalente à emissão anual de 54 mil carros. Agora, a equipe segue testando o material para permitir sua comercialização em breve.

Com informações de Olhar Digital.

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas.