Tecnologia criada no Instituto de Tecnologia de Massachusetts reutiliza vidro em tijolos lindos, reutilizáveis e resistentes como concreto.
A construção civil tem um dos maiores impactos ambientais do mundo quando o assunto é descarte de resíduos e emissões de gases de efeito estufa – um relatório da Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA), mostra que a fabricação de materiais de construção representa cerca de 15% das emissões globais. Por outro lado, a busca por construções mais sustentáveis tem aumentado e gerado boas soluções.
Um exemplo é uma tecnologia apresentada por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Com impressão 3D, eles conseguem reutilizar vidro descartado para produzir tijolos de construção fortes, duráveis, reutilizáveis e muito bonitos. Para melhorar, o uso destes tijolos nos projetos pode ajudar a reduzir o carbono incorporado em edifícios.
Os blocos de materiais como vidro reciclado mostram o potencial da construção em promover a economia circular e a logística reversa de diferentes materiais. Os engenheiros usaram a tecnologia de impressão 3D da Evenline, e desenvolveram tijolos de vidro de cal sodada em formato de oito que podem se encaixar uns nos outros, como blocos de Lego.
Esse recurso permite ampliar a reutilização de materiais de construção e aumenta a reciclagem de vidro, um material que pode ser reciclado sem perder qualidade.
“Estamos pegando vidro e transformando-o em alvenaria que, no final da vida útil de uma estrutura, pode ser desmontada e remontada em uma nova estrutura, ou pode ser presa de volta na impressora e transformada em um formato completamente diferente. Tudo isso se baseia em nossa ideia de um material de construção sustentável e circular”, conta a professora assistente de Engenharia Mecânica do MIT, Kaitlyn Becker, em um comunicado.
Os engenheiros apresentaram os resultados de três métodos de fabricação de tijolos — totalmente ocos sem intertravamento, moldagem por impressão e totalmente impressos com componentes intertravados — em um estudo publicado no periódico Glass Structures and Engineering.
Eles testaram os tijolos com uma prensa hidráulica e descobriram que os tijolos feitos principalmente de vidro impresso com características de inter-travamento separadas na parte inferior do tijolo eram os mais fortes e suportavam a maior quantidade de pressão. Os testes revelaram que os blocos em camadas podiam suportar pressões semelhantes às que os blocos de concreto podem suportar.
“Temos mais entendimento sobre quais são os limites do material e como dimensionar”, explicou Michael Stern, ex-aluno de pós-graduação do MIT e fundador e diretor da Evenline. “Estamos pensando em pedras de passagem para edifícios e queremos começar com algo como um pavilhão — uma estrutura temporária com a qual os humanos podem interagir e que você pode então reconfigurar em um segundo design. E você pode imaginar que esses blocos podem passar por muitas vidas.”
Fonte: Ciclo Vivo / Fotos: MIT