A Grande Muralha da China, reconhecida como uma das Sete Maravilhas do Mundo pela Unesco, possui uma história que ultrapassa os dois mil anos superando a ação humana e mudanças climáticas. Por conta disso, não é de se surpreender que os pesquisadores queiram entender qual é o segredo da preservação da Grande Muralha da China.

Agora, um novo estudo mostrou que um fator natural ajuda na preservação desse monumento antigo. De acordo com os cientistas, as biocamadas compostas por bactérias, musgos, líquens e outros organismos têm um papel essencial para a proteção contra elementos corrosivos da natureza nas seções mais vulneráveis da muralha.

Esse estudo mostrou que essas peles vivas conseguem formar uma barreira protetora contra o vento, chuva e mudanças de temperatura, e também impedem que a erosão aconteça. As também chamadas biocrostas são vistas, especialmente, nas seções construídas com solo compactado, ou terra batida, porque é nessas partes que a deterioração com o passar do tempo é mais suscetível de acontecer.

Segredo da preservação da Grande Muralha da China

Muitas pessoas sabem que a Grande Muralha da China foi erguida com tijolos e pedras, mas isso é real nas suas partes mais conhecidas. E, além dela, uma grande parte do monumento foi feito de terra compacta, principalmente nas regiões áridas do norte da China. Essas partes acabam sofrendo com infiltração de água, erosão e cristalização de sal conforme os séculos vão passando.  No entanto, com o segredo da preservação da Grande Muralha da China descoberto, foi visto que as biocrostas ajudam a diminuir esses efeitos e dão uma proteção a mais.

De acordo com o descoberto pelos pesquisadores, as seções do monumento que são cobertas por essas biocamadas têm uma resistência maior contra o vento e à infiltração de água e são mais estáveis comparadas com os lugares desprotegidos.

Ter feito essa descoberta desafiou uma ideia antiga entre os conservadores de patrimônio histórico que pensavam que o crescimento de plantas da Grande Muralha da China era um sinal de degradação. Contudo, ao contrário das raízes das plantas, que realmente podem causar danos nas estruturas, as biocrostas não têm raízes e não comprometem o monumento.

No entanto, ter descoberto o segredo da preservação da Grande Muralha da China também veio com um alerta. Isso porque as biocamadas estão enfrentando riscos por conta das mudanças climáticas e uso indevido da terra. E no caso de elas desaparecerem, a função protetora na muralha irá ser comprometida.

Fonte: Sociedade militar

Imagens: National geographic