Cientistas criaram mini cérebros humanos capazes de processar informações como pequenos computadores.
Você já imaginou um computador com um cérebro de verdade dentro?
Parece coisa de ficção científica e de certa forma, ainda é. Mas um grupo de cientistas suíços está transformando essa ideia em realidade, criando computadores feitos de células vivas.
Essas máquinas biológicas, conhecidas como biocomputadores, são alimentadas não por eletricidade, mas por mini cérebros humanos cultivados em laboratório. E o mais curioso? Eles aprendem, reagem e consomem apenas uma fração da energia dos computadores comuns.
O que são biocomputadores?
Enquanto os computadores tradicionais usam chips de silício, esses novos dispositivos usam neurônios humanos reais.
“É como se o cérebro e o computador finalmente falassem a mesma língua”, dizem os pesquisadores.
O processo começa com células da pele humana, transformadas em células-tronco. Essas células são cultivadas até formarem pequenos aglomerados de neurônios, chamados de organoides cerebrais, que, depois de alguns meses, são conectados a eletrodos.
Quando estimulados eletricamente, esses mini cérebros respondem a comandos simples, e suas reações podem ser medidas em tempo real. É literalmente um computador “pensando”, ou pelo menos tentando.
Um toque de inteligência biológica
Esses organoides ainda estão longe da complexidade do cérebro humano, mas já demonstram algo fascinante: capacidade de aprendizado básico.
Em um experimento, quando os cientistas enviaram sinais repetidos para os neurônios, eles começaram a reagir de forma diferente, como se estivessem tentando se adaptar.
“Você envia um estímulo, e o organoide começa a reconhecer padrões. É o primeiro passo para ensinar um cérebro biológico a processar informações.”
Isso abre um novo campo de pesquisa onde a biologia e a tecnologia se fundem, criando sistemas capazes de aprender com a mesma eficiência que a natureza e gastando muito menos energia.
O desafio de manter cérebros vivos
Mas há um detalhe: como manter um computador vivo?
Diferente dos chips, os organoides não têm vasos sanguíneos. Eles precisam ser alimentados e mantidos em condições específicas para sobreviver.
Atualmente, esses mini cérebros conseguem viver até quatro meses, e, segundo os cientistas, é comum observar um pico de atividade elétrica nos momentos antes de morrer.. algo semelhante ao que ocorre em cérebros humanos no fim da vida.
Curioso, inquietante e, de certo modo, poético.
Eles pensam? Ainda não…
Os biocomputadores ainda não têm consciência nem emoções. Mas eles já estão sendo usados para estudar doenças neurológicas e testar novas formas de inteligência artificial.
Empresas e universidades ao redor do mundo, como a Johns Hopkins University e a Cortical Labs, também trabalham com essa tecnologia, usando neurônios artificiais que aprendem a jogar games simples, como o clássico Pong.
O objetivo não é substituir os chips de silício, mas complementar a tecnologia atual, tornando-a mais eficiente e sustentável.
O futuro da mente e da máquina
Os cientistas acreditam que os biocomputadores poderão, um dia, superar os limites da IA atual, aprendendo e se adaptando de forma semelhante a um cérebro humano.
Mas, até lá, o mais impressionante é perceber que estamos cada vez mais perto de um cenário antes restrito aos livros e filmes de ficção científica.
“Agora eu me sinto dentro do livro, escrevendo o livro”, disse um dos cientistas.
Talvez o futuro não seja apenas digital, talvez ele seja vivo.
Com informações de Já imaginou isso.