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Concreto sustentável é fabricado com resíduo de murumuru

Concreto sustentável é fabricado com resíduo de murumuru

Muito usado em cosméticos, o murumuru gera renda para comunidades nativas da Amazônia e alimenta indústrias nacionais e multinacionais.

Nativo da floresta amazônica, o murumuru, até então muito usado para a produção de cosméticos, pode ser uma alternativa para a construção civil na busca por estruturas mais leves e com maior impermeabilidade do concreto. As cinzas da casca da semente da planta podem ser misturadas ao cimento e gerar um concreto mais sustentável.

É o que mostra estudo do Núcleo de Desenvolvimento Amazônico em Engenharia da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com o Instituto Federal do Pará (IFPA) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), publicado na sexta-feira, 15 de setembro, na “Revista IBRACON de Estruturas e Materiais”.

Esse material, que antes seria descartado, caracterizando um desperdício, passou por um processo químico em um forno convencional para redução da massa, uma prática comum na região amazônica. Depois, o resíduo foi triturado e peneirado. A massa obtida passou por análises físico-mecânicas, mineralógicas e químicas para que fosse reaproveitada integralmente.

As análises concluíram que, com o acréscimo de um aditivo plastificante, o material pode substituir parcialmente o cimento para a produção de um concreto com maior durabilidade e melhores propriedades físicas, gerando benefícios para o planeta e para a construção civil. Entre os benefícios do concreto sustentável temos a diminuição dos poros da estrutura deixando-a mais impermeável e a redução de seu peso.

Para Milleno Souza, mestre em Engenharia de Infraestrutura e Desenvolvimento Energético da UFPA e autor do estudo, “o material auxilia na produção de um concreto mais leve e ecologicamente correto, diminuindo as emissões de gás estufa, economizando recursos naturais e evitando a disposição inadequada do resíduo ou a queima que resulta em mais poluentes”.

O pesquisador comenta que os planos são buscar resultados ainda mais amplos. “Vamos fazer outras análises físico-químicas que não foram possíveis nessa pesquisa, além de verificar outros tipos de dosagem de concreto para esse resíduo amazônico”.

Além da polpa, a casca do murumuru também pode ser aproveitada. Foto: Muséum de Toulouse, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons

A eficiência verificada nos resultados demonstra o potencial das cinzas da casca do murumuru. O estudo pode incentivar a busca por concretos mais sustentáveis com resíduos agroindustriais, minimizando também o descarte incorreto dos materiais utilizados pelas construtoras e ampliando as ofertas de produtos ecologicamente corretos.

Fonte: Agência Bori / Ciclo Vivo / Foto: Divulgação / Agência Bori

Sou Wellington, um entusiasta apaixonado pelo mundo da engenharia. Minha dedicação e amor pela engenharia são inegáveis. Passo horas estudando e explorando as mais recentes inovações e tecnologias, sempre buscando entender e compartilhar minhas descobertas. Tenho um talento natural para resolver problemas e uma curiosidade insaciável, e escrevo artigos que refletem minha paixão e conhecimento prático. Meu objetivo é inspirar outros a se interessarem pela engenharia e explorarem as inúmeras possibilidades que esta fascinante área oferece.