Mais uma novidade para a construção civil: pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft, na Holanda, desenvolveram um material chamado de bioconcreto, capaz de regenerar suas próprias rachaduras. E como isso foi possível?
A resposta está na própria natureza. A bactéria bacillus pseudofirmus, encontrada em lagos congelados na Rússia, é capaz de produzir calcário. Quando incorporadas à mistura de concreto, essas bactérias produzem carbonato de cálcio e são capazes de selar as fissuras existentes, poupando mão-de-obra e gastos com manutenção na construção civil.
De acordo com o coordenador do projeto, Henk Jonkers, foi difícil encontrar a bactéria ideal para isso. Mas a Bacillus pseudofirmus é resistente a ambientes hostis e é capaz de sobreviver por mais de 200 anos nos edifícios, permanecendo em estado latente até ser estimulada a iniciar o trabalho de restauração do concreto.
Como funciona
Quando colocada no concreto, as bactérias só ficam ativas quando entram em contato com água e oxigênio — exatamente o que acontece quando uma fissura começa a se formar. Em apenas algumas semanas, as bactérias se multiplicam, produzem carbonato de cálcio e as fissuras se fecham.
Para a produção do bioconcreto, são utilizados 2 aditivos: os esporos do bacillus e nutrientes de lactato de cálcio, que são adicionados separadamente em grãos de argila expandida. Quando as fissuras começam a surgir, as bactérias eclodem, se alimentam do lactato e, através de reações químicas, o calcário é formado.
Aplicação do bioconcreto
O material inovador já está sendo testado em algumas construções — no sul da Holanda, por exemplo, uma construção foi erguida com o bioconcreto e deve ser monitorada pelos pesquisadores com intervalos de dois anos.
O próximo desafio da tecnologia é a aceitação pelo mercado. De acordo com o portal Guardian, enquanto o metro cúbico de concreto tradicional custa cerca de R$ 260, o preço do novo material passaria dos R$ 360. No entanto, é importante ter em mente as vantagens da aplicação e da economia com os gastos de manutenção e reparo a longo prazo. Será que a construção civil já está pronta para isso?
Com informações de BBC News
Fonte do post: Construct
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