PERSONALIDADE HISTÓRICA – ANDRÉ REBOUÇAS

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24/05/2021 as 19:36
De olho na Engenharia
PERSONALIDADE HISTÓRICA – ANDRÉ REBOUÇAS

André Pinto Rebouças nasceu em 13 de janeiro de 1838, na cidade de Cachoeira, Bahia. Filho de Carolina Pinto Rebouças e do jurista e político Antônio Pereira Rebouças e irmão de Antônio Pereira Rebouças Filho.

Aos 16 anos, seguiu com a família para o Rio de Janeiro e matriculou-se, junto com seu irmão Antônio, na antiga Escola Militar, depois Escola Politécnica.

Em 1857, tornou-se 2º tenente do corpo de engenheiros e recebeu o grau de bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas em 1859, sendo sempre o primeiro aluno da turma. Em 1860, recebeu o grau de engenheiro militar.

Em 1861, André e seu irmão receberam uma bolsa de estudos e foram para a Europa, para cursos de especialização. De volta ao Brasil, André escreveu “Memórias sobre os Caminhos de Ferro da França” e junto com o irmão escreveu “Estudos sobre Portos de Mar”.

Com dificuldades para conseguir emprego, só em 1863, o Ministro de Guerra, Polidoro Quintanilha contratou André para inspecionar as fortificações do Litoral Sul e depois André foi para o Maranhão, para a reforma do porto de lá.

André Rebouças sempre foi muito discreto quanto a considerações relativas à sua cor e ao preconceito que sofria. Poucas vezes falou sobre o assunto e quase não há referências ao problema no seu “Diário”, utilizado pelos pesquisadores como importante fonte de informação histórica.

Rebouças foi convocado para a Guerra do Paraguai, na qualidade de engenheiro militar, nela permaneceu durante o período de maio de 1865 a julho de 1886, quando teve que retornar ao Rio de Janeiro, por motivos de saúde.

André planejou e construiu as docas da alfândega e da Gamboa no Rio de Janeiro, projetou as docas do Maranhão, de Cabedelo na Paraíba, do Recife e da Bahia e construiu também uma rede de abastecimento de água para o Rio de Janeiro.

Na década de 1880, se engajou na campanha abolicionista, assim como também o fez Joaquim Nabuco. Rebouças participou da criação de algumas sociedades antiescravagistas, como a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, a Sociedade Abolicionista e a Sociedade Central de Imigração.

Como abolicionista, contribuiu não apenas como intelectual para o ideário da abolição, mas também na efetiva atuação no movimento. Sua visão progressista e liberal o fez contrapor-se a todos os tipos de escravização, não somente a negra, lutando ainda contra a “reescravização do imigrante pelos donos da terra”.

André Rebouças deu grandes contribuições para a construção do Brasil no século XIX e teve participação importante no movimento abolicionista. Introduziu no País, técnicas inovadoras de engenharia, incluindo o uso do concreto armado, utilizado pela primeira vez no Brasil em uma ponte em Piracicaba, construída em 1875, da qual foi o responsável técnico junto com seu irmão Antônio.

Monarquista, amigo pessoal do imperador Pedro II, Rebouças não aceitou a implantação do regime republicano, decidindo seguir a família imperial em seu exílio. Embarcou na madrugada do dia 16 de novembro de 1889, junto com ela, no paquete (navio rápido e luxuoso, normalmente a vapor) Alagoas, com destino à Europa.

Em Lisboa, foi correspondente do The Times de Londres, depois foi para Cannes, na França, onde ficou até a morte de Dom Pedro II.

Em 1892, partiu para Angola, onde trabalhou por 15 meses. Em seguida, estabeleceu-se em Funchal, na Ilha da Madeira. Suicidou-se em 9 de maio de 1898, atirando-se em um penhasco, próximo ao hotel onde vivia.

A seguir, um vídeo que fala um pouco sobre a contribuição profissional de André Rebouças para a Engenharia Brasileira, sendo também citado o nome de seu irmão, Antônio Rebouças. O vídeo é do IME (Instituto Militar de Engenharia), publicado no ano passado, 2014:

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