Jovem nordestina cria telha sustentável com cascas de molusco e é destaque em Nobel da Educação

por:
27/12/2022 as 08:57
De olho na Engenharia
Jovem nordestina cria telha sustentável com cascas de molusco e é destaque em Nobel da Educação

Nascida na cidade de Maceió, em Alagoas, Ana Júlia Monteiro de Carvalho sempre foi apaixonada por pesquisa e inovação. A jovem tem lembranças de, desde muito pequena, observar realidades que a despertavam curiosidade e incômodo e pensar formas de aproveitá-las ou transformá-las “para mudar o mundo para melhor”.

Para ter uma ideia, aos 11 anos de idade, a menina já criou um projeto científico para tentar impedir que tartarugas marinhas fossem atraídas pelas luzes das cidades – uma realidade que cresceu vendo em Maceió e que sempre a incomodou.

Mas uma das inovações mais populares de Ana Júlia é a telha Ecosururu, uma telha sustentável desenvolvida pela jovem quando ela tinha 15 anos de idade. A iniciativa oferece a possibilidade de moradia mais barata a pessoas vulneráveis e também resolve um grave problema ambiental da região onde a menina mora: o descarte incorreto das cascas do molusco sururu, cuja pesca e venda são uma das principais formas de subsistência no Nordeste.

A ideia foi inspirada na população da Lagoa Mundaú, também em Maceió. Trata-se de uma comunidade ribeirinha, sem acesso à saneamento básico, que vive em barracos e comercializa sururu para sobreviver. As cascas do molusco, no entanto, por não serem consumíveis, são descartadas à céu aberto pelos pescadores nas ruas da região, o que gera muito lixo.

A telha Ecosururu, desenvolvida por Ana Júlia, é feita a partir de um pó produzido com esses resíduos, que são triturados e misturados, para dar liga, a pneus velhos – outro resíduo cujo descarte é bastante desafiador. A inovação resolve o problema do lixo e ainda oferece à população de Lagoa Mundaú – e de muitas outras comunidades vulneráveis do Nordeste – a oportunidade de ter acesso a uma moradia mais digna.

A iniciativa foi um dos projetos que fez Ana Júlia ser destaque na edição de 2021 do Global Student Prize, prêmio concedido pela Unesco, em parceria com a Fundação Varkey, que é considerado o Nobel da Educação. Aos 18 anos de idade, a nordestina foi a primeira estudante da América Latina a ficar entre os 10 finalistas da premiação, que contou com a participação de mais de 3,5 mil alunos de 94 diferentes países. Ê orgulho!

Fonte: The Greenest Post

Deixe um comentário para Luzmarina Cancelar resposta

  • Eu admiro o povo nordestino, tendo oportunidade, vão longe! Parabéns!

  • Parabéns Ana Júlia, pwlo seu belíssimo trabalho e pela sua sensibilidade com esse olhar humano.
    S u c e s s o.!

  • Orgulhosa pela premiação de tão relevante projeto! Parabéns Ana Júlia!!!!!

  • Milhões de aplausos,,por estes ,,seus projetos criativos ,, Ana Júlia ,, que ,, os governos ,, observem tudo que você está trabalhando em benefício do meio ambiente// habitat